Manhã tranquila numa cidadezinha do sertão. O padre está em frente à igreja quando vê passar uma garotinha de nove ou dez anos, pés descalços, meio subnutrida, ar angelical conduzindo umas seis ou sete cabras. É com esforço que a garotinha consegue reunir as cabras e fazê-las caminhar. O padre observa a cena, começa a imaginar se aquilo não é um caso de exploração de trabalho infantil e vai conversar com a menina.
– Olá, minha jovem. Como é o seu nome?
– Maria seu padre.
– O que é que você está fazendo com essas cabras, Maria?
– É pro bode cobrir elas, seu padre. Tou levando elas lá pro sítio de seu João.
– Me diga uma coisa, Maria: seu pai ou seu irmão não podia fazer isso?
– Que Qué isso, seu padre? Tem que ser um bode mesmo.
O gerente chama o empregado da área de produção, negão, forte, 1,90m de altura, 100kg, recém admitido, e inicia o diálogo:
– Qual é o seu nome?
– Eduardo – responde o empregado.
– Olhe – explica o gerente – eu não sei em que espelunca você trabalhou antes, mas aqui nós não chamamos as pessoas pelo seu primeiro nome. Isso é muito familiar e pode levar a perda de autoridade.
Eu só chamo meus funcionários pelo sobrenome: Ribeiro, Matos, Souza… Então saiba que eu sou seu gerente e quero que me chame de Mendonça.
Bem, agora quero saber: qual é o seu nome completo?
O empregado responde:
– Meu nome é Eduardo Paixão.
– Tá certo Eduardo, pode ir agora…
Nenhum comentário:
Postar um comentário