quinta-feira, 3 de novembro de 2016

É VELHA, MAS É BOA...

Numa caçada pelo interior, um homem bem-vestido, com suéter amarrado no pescoço, mira e derruba um pato selvagem.
Tiro certeiro, derrubou o pato no primeiro tiro, o que lhe deixou ainda mais convencido.
O problema foi que esse pato, desafortunadamente, veio a cair nas terras do Cumpadi, um bom homem, bem humorado e inteligente, mas que sempre teve uma certa rusga com os que achava ser “almofadinha”.
Cumpadi chegou e foi logo bradando, pode sair todo mundo, ninguém vai pegar pato da minha fazenda.
– O pato é meu – protesta o citadino.
Como ninguém cede, o Cumpadi sugere resolver o problema à moda antiga:
– Vamos decidir isso no pontapé caipira.
– O quê? Se espanta o forasteiro.
– Eu lhe dou um chute bem forte na virilha, depois você faz o mesmo comigo. Quem de nós dois gritar menos leva o pato.
O homem bem-vestido concorda. Então o fazendeiro se prepara e dá um pontapé daqueles nas “partes íntimas” do outro, que cai no chão e fica ali por uns vinte minutos gemendo.
Quando consegue se levantar, diz, ofegante:
– Agora é minha vez.
Cumpadi olha pro homem, sorriso no canto da boca, faca na mão picando fumo e dispara:
– Vamos para queça bestage sô, pensando bem num quero esse pato não, pode levá iele… Ocê ganhô,
E foi saindo rindo.

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