terça-feira, 10 de janeiro de 2017

É VELHA, MAS É BOA...

Estava sentada na sala de espera para a minha primeira consulta com um novo dentista, quando observei que o seu diploma estava emoldurado na parede.
Estava escrito o seu nome e, de repente, recordei de um moreno alto, físico maravilhoso, um deus grego, que havia passado pela minha vida com um nome idêntico.
Era da minha classe do colegial há uns 30 anos atrás, e eu me perguntava, mas já com aquela certeza no íntimo, se ele poderia ser o mesmo rapaz por quem eu tinha me apaixonado na época.
Quando entrei na sala de atendimento, imediatamente o fitei romântica e cheia de recordações daquele tempo bom, daquela aura de primeiro amor, de romance de mocinha, amor platônico! – Oh! Deus! Era ele! Suei frio e pensei comigo: ele ainda está bonitão, apesar de maduro. Ainda tem um porte elegante e um caminhar lânguido que me deixava totalmente maravilhada. Eu, então, me deixei levar, pelo menos uma vez na vida pelo ligeiro atrevimento e lancei-lhe a pergunta, após ele cuidadosamente examinar meu dente:
– Dr. Ernesto, desculpe a curiosidade, mas o senhor já estudou no Colégio Sacré Coeur?
– Sim.
– Quando se formou? perguntei.
– 1965. Mas, porquê que a pergunta?
– É que… bem… você era da minha classe!
E então, este velho horrível, cretino, careca, barrigudo, safado, sem-vergonha, horroroso, lazarento, me perguntou:
– A Sra. era professora de quê?

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